Eixo 1: Transferência e interpretação, por Isabel do Rêgo Barros Duarte
A relação incontornável entre transferência e interpretação leva a uma questão bastante repetida ao longo da história da psicanálise: o que vem antes, transferência ou interpretação? É preciso esperar a instalação da transferência para interpretar ou é justamente a interpretação que instaura a transferência?
No caso Dora, Freud “tropeça” com a transferência ao se deparar com o limite ou mesmo a ineficácia de suas interpretações, que não impedem a paciente de interromper o tratamento. Esse tropeço inaugura a função do psicanalista, diferenciando-o do médico que visa a traduzir os sintomas. O que aparece aí, com a surpresa de Freud diante da transferência, é o aspecto de amor, de libido em jogo em uma análise.
